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Os Dominós Democráticos na África

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via Cirandeiras, por Maurício Santoro

Há poucas semanas escrevi neste blog sobre o golpe no Mali e uma série de colapsos democráticos na África Ocidental, envolvendo também Níger, a guerra civil na Costa do Marfim e a crise política no Senegal. Infelizmente a situação piorou, com a deposição do governo da Guiné-Bissau em mais uma intervenção militar na política africana. O país está no segundo turno da eleição presidencial, após a morte (por causas naturais) do ex-mandatário, em janeiro. O presidente interino e o principal candidato ao cargo estão desparecidos.Mali e Senegal são – ou eram – bastiões de estabilidade na região e as crises nesses países surgiram como ilustração de uma tendência preocupante: se até eles enfrentam problemas sérios, o que dirá das outras nações. A Guiné-Bissau é um caso extremo de instabilidade. Desde a independência de Portugal, em 1975, nenhum de seus presidentes conseguiu completar o mandato. Nos últimos três anos, houve seis assassinatos de dirigentes políticos, civis e militares. É um Estado muito frágil e que se transformou em um problema de segurança internacional, pois vem sendo usado com frequência por traficantes que levam drogas da América Latina para a Europa.

Economist publicou um excelente quadro da democracia na África – do qual foi extraído o mapa abaixo – no qual afirma que a situação das liberdades civis e políticas é um “copo meio cheio”, com avanços consideráveis no Cone Sul e em países como Tunísia, Gana e Benin. É uma interpretação válida, mas a meu ver a conjuntura é mais sombria e exige atenção aprofundada pelos desdobramentos internacionais das crises domésticas.

No Mali, o caos político resultante do golpe favoreceu os rebeldes beduínos no norte do país, que proclamaram um Estado independente. A organização sub-regional da África Ocidental, Ecowas, ameaçou com uma intervenção militar contra os golpistas, pressionando por um acordo político, mas o desfecho da crise ainda não está claro.Os golpistas na Guiné-Bissau também enfrentam resistência da Ecowas, e a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa manifestou-se duramente contra o golpe. O Brasil, aliás, acordou com os Estados Unidospatrulhas navais conjuntas próximas ao litoral do país, para combater a pirataria.

No Egito, os passos iniciais da disputa presidencial estão confusos e turbulentos, como era de se esperar. O ex-chefe da polícia política da ditadura Mubarak, general Osmar Suleiman, lidera as pesquisas e a junta militar que governa o país tem vetado as candidaturas dos principais concorrentes – inclusive a do próprio Suleiman, vista mais como uma ambição pessoal do que como a representação dos interesses das Forças Armadas.


Arquivado em:Cirandeiras Tagged: 2, África, capitalismo, corrupção, Crise Mundial, democracia, desenvolvimentismo, direitos humanos, Ditadura Militar, história, humanidade, Imperialismo, Justiça, movimentos sociais

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